quarta-feira, 13 de dezembro de 2017


Buuu...
Se você pensava que eu ia falar apenas das series super stars da Netflix ou das adaptações famosas super mainstream, se enganou bonito. Hoje vai rolar um pouquinho do que eu achei de RIVER. Sim, senhoras e senhores, nos meu momentos livres dessa semana (Sim, por que são apenas 6 episódios) eu vi a serie que foi lançada em 2015 pela BBC One. Sinta o peso quando eu digo que a serie trás o fodastico Stellan Skarsgard (Ninfomaníaca, mas, sim o ator sueco é o queridinho do diretor Lars Von Trier) como o Detetive John River. E é aquela coisa, todo mundo já falou sozinho uma vez ou outra na vida, afinal e pra mim é a melhor maneira de organizar o pensamento. Mas o nosso detetive vai bem alem disso.  Então se você curti um bom roteiro com personagens que não podem ser classificados, essa é a serie. Jhon é um policial que está perto dos seus 60 anos e interage diariamente com diversas vozes, essas que estão presentes para ele como fantasmas e seguem ele por todos os lados. Logo nos primeiros minutos da serie você percebe a complexidade da relação dele com esses “amigos”. Jhom perdeu a parceira de investigação em um atentado contra a vida dela, a Sargento Jackie ‘Stivie’ Stevenson (Nickola Walker). River é um drama policial num emaranhado psicológico, mas, não existe um momento na serie em que essas duas coisas são tratadas separadamente, estão completamente e perfeitamente mescladas, e a necessidade de atenção deve ser dobrada, posto que em dados momentos podemos ver um ou dois personagens que não estão lá, rs. 
A serie se passa toda na Londres de 2015 seu ano de lançamento, e traz alem de um grande elenco com grandes atuações e um roteiro que podemos chamar de magnífico, uma trilha que minha nossa, você vai ter que ver a serie pra me dizer que tenho razão depois.
Por motivos óbvios, vou deixar de fora o enredo principal da investigação pra dizer a você que o final é uma maravilha e fará com certeza você se emocionar e pedir por mais uma temporada. Mas, não. River vem no formato mini serie e só tem uma temporada com seis episódios de 1h mais ou menos cada um.  Tem muita coisa boa sobre series policiais que a gente acaba meio que ignorando por que não são pops, mas, aqui está uma ótima oportunidade de dar um pouco de amor pra uma fodastica produção.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Quantas vezes eu preciso ver isso?


Alias Grace.

Então você é uma mulher e você cometeu um crime. Mas, você é muito mais do que isso, você é a mulher que matou seu patrão a sangue frio. Na verdade você é mais do que isso, você é o objeto de estudo o qual todos querem ter acesso e você é muito mais muito mais do que isso.
Esses são os fatos reais aos quais Atwood baseou seu romance Alias Grace (1996) e esse romance é o que a Netflix usou para nos presentear com “Alias Garce” (A serie e QUE SERIE senhoras e senhores)

Grace Marks está presa e o ano é 1843 a cadeia não é o lugar ideal para Grace. Grace teria preferido a pena de enforcamento, mas eles preferiam que ela vivesse e assim ela morreria. Por suposto bom comportamento Grace é levada durante o dia para trabalhar na casa do diretor da prisão, contudo, esse é apenas o pretexto usado para que diversos médicos possam medir a sua cabeça, uma estratégia usada por alguns médicos da época para corroborar o comportamento homicida dela. Grace foi acusada de matar o seu patrão quando tinha 16 anos e foi sentenciada a prisão perpetua. 15 anos depois Grace ainda alega não se lembrar de ter cometido tal crime. As coisas começam a mudar quando um medico vem tratar dessa falta de lembranças na tentativa de provar a sua inocência. Ela é compelida a contar toda a sua historia, desde a sua saída da Irlanda num navio com seus pais e irmãos até o momento presente, onde costura uma colcha de retalhos sendo a analogia perfeita para o que está se fazendo em sua mente. A série tem seis episódios de 45 minutos cada e nos faz percorrer muito mais do que as memórias conturbadas de uma moça, agora adulta que já passou 15 anos de uma sentença de prisão perpetua na prisão.
Para saber se Grace Marks matou ou não o seu patrão vocês terão que assistir a produção da Netflix ou ler o livro da Atwood.

 A serie traz nomes como Sarah Gadon (A Mina em “Drácula, a historia nunca contada”), Anna Paquin (nossa eterna Sookie de “True Blood”) e Zachary Levi (Charles Bartowski da serie “Chuck” e recentemente o nosso “Shazam” que chega em 2019). Em formato de mini serie (apenas uma temporada) Alias Grace tem direção de Mary Harron (Psicopata Americano) e produção de Sarah Polley. 
Se você gosta de uma boa colcha de retalhos ou de um bom quebra cabeças essa serie fará você se surpreender a cada episodio, quando você perceber que não pode dizer com certeza o que é o não uma historia contada apenas para satisfazer as vontades do bom doutor.

 Alias Grace é envolvente e viciante, daquelas series que você pode maratonar num domingo preguiçoso depois do almoço. Aviso aos navegantes, cuidado para não ir rápido demais e se perder no que é verdade e no que não é. As vezes as duas faces da historia de confundem e você pode não se encontrar na trama novamente.


Desculpa mas alguém tem que falar de The Sinner.



A série que é muito mais do que as series de investigação criminal que estamos acostumados.
Em oito episódios a serie conta a historia de Cora, uma jovem mulher casada e mãe que em um momento de surto psicótico depois de ouvir uma musica com o volume muito alto, esfaqueia sete vezes um desconhecido na praia onde estava tomando sol com seu marido e filho.
Certo, mas, se já no primeiro episodio a vemos cometer o crime o que teria para ser investigado? Isso é o que o detetive Ambrose pretende responder. Ambrose que não estava feliz com as circunstâncias que levaram a jovem a cometer aquele crime hediondo na frente do seu marido e filho, começa então a investigar o passado do jovem que foi assassinado e ao chegar no fim da linha ele resolve ter uma conversa com Cora que está na prisão estadual sofrendo vários tipos de abusos por parte das outras detentas. Apesar de saber que cometeu o crime, estar disposta a aceitar a culpa e pagar por isso, Cora não entendia e não sabia explicar o que aconteceu na praia e os motivos pra ter atacado tão ferozmente aquele homem.
Para Ambrose tudo começa a fazer sentido quando ele toca novamente a musica que foi o suposto motivo para o crime e faz com que Cora entre novamente em pânico e ataque o detetive causando exatamente às mesmas lesões que levaram o jovem a morte. (mas agora sem a faca)
Tendo isso em mãos, ele convence uma juíza a dar a Cora o beneficio da duvida e enviá-la ao psiquiatra para avaliação, e assim ela poderia ter uma chance de se explicar antes de se declarar culpada e ter sua sentença amenizada.
A explicação que paira a cabeça do detetive é a de que Cora apenas reagiu daquela forma por responder a um evento traumático e que a musica desencadeou o modo de defesa a fazendo reconstruir os movimentos que fez durante o ataque.

A pedido do detetive uma das psiquiatras de Cora começa uma intervenção de regressão e a partir daí Cora vai reconstruir dois meses dos quais não se lembra e relembrar da sua infância difícil na casa de seus pais com sua irmã, a mesma casa onde ela sofreu abusos religiosos por parte de sua mãe que a culpava por sua saúde fraca e a doença da irmã. A partir daí começamos a compreender de onde vem “Pecadores” (titulo em português), apesar de todos os limites impostos pela mãe, Cora não deixa de satisfazer os desejos de sua irmã convalescente cometendo diversos “pecados” para deleite da irmã que de cama esperava ansiosa para ouvir sobre suas aventuras sexuais. A construção da personalidade de Cora é claramente moldada em torno da premeditada vitimização da irmã que com maestria a manipula em nome de seus impulsos sexuais usando a culpa que Cora sente por ser saudável. Não é surpresa quando tudo começa a se encaixar e mostrar os buracos na personalidade de Cora e os motivos que levaram ela a atacar tão furiosamente outro ser humano.

 Em meio a isso tudo Ambrose passa por uma crise no casamento e mantém uma relação complicada com uma amante. O marido de Cora, Mason começa uma serie de tentativas sempre frustradas de ajudá-la tentando encontrar os culpados por seu surto.  Apesar se sempre ser anunciada como uma mini serie (aquela com apenas uma temporada) The Sinner ganhou ares de serie depois da estréia, e apesar de ter um final bem concluído e sem brechas, nos resta o detetive Harry Ambrose que pode voltar para nós com uma segunda temporada e uma nova investigação!

A serie te traz a tona questões que levam a uma auto analise, uma reflexão sobre as pessoas que conhecemos, convivemos, dormimos e acordamos ao lado. O quão bem você conhece as pessoas que rodeiam você?